Depressão e os Remédios das farmácias desaparecem
A compra de medicamentos para pacientes diagnosticados
depressivos ou bipolares está difícil no Espírito Santo e em todo o
Brasil.
De acordo com a Associação Brasileira de
Psiquiatria (ABP), os remédios que possuem componentes cloridrato de
imipramina e carbonato de lítio estão em falta nas farmácias e unidades
de saúde desde o mês de dezembro.
Em nota, a ABP explicou que o
Brasil está vivendo uma “situação calamitosa”, uma vez que os dois
medicamentos não estão sendo produzidos pelos laboratórios privados. Os
medicamentos são distribuídos também pelo sistema público, por meio do
Sistema Único de Saúde (SUS).
“Milhões de pessoas fazem uso diário
dessas medicações e, diante de tudo o que a experiência clínica e a
literatura médica oferecem, essas substâncias são consideradas mais
eficazes e suficientemente seguras para tratamento específico de
transtornos graves do humor”, explicou, em nota. A diretora da
Associação Brasileira de Psiquiatria no Espírito Santo, Letícia Mameri,
destacou que o carbonato de lítio, em casos de pacientes diagnosticados
com transtornos de bipolaridade, é insubstituíveis.
“O
carbolitium, como é chamado, é um estabilizador de humor que
potencializa os antidepressivos. É um remédio relativamente barato, e o
nosso medo é justamente esse: pararem de fabricar por conta do preço”,
disse a médica. “Nenhum remédio atua como o carbolitium, o que preocupa
muito a comunidade de psiquiatria, por não saber, muitas vezes, como
orientar os pacientes que precisam disso para viver suas vidas da forma
mais normal possível”, concluiu. Já o presidente da associação no
Estado, o psiquiatra Valdir Campos, ressaltou que a deficiência dos
remédios pode causar um problema grave de saúde pública. “Muitos
pacientes necessitam desses medicamentos para manter uma vida estável.
Sem isso, eles podem ter problemas em casa, na escola, no trabalho. Em
casos extremos, eles precisam ser afastados dessas atividades, o que
prejudica muito o desenvolvimento dessa pessoa”, comentou o
especialista.
Piora no quadro psiquiátrico
Com a falta dos
medicamentos que têm como componentes o cloridrato de imipramina e o
carbonato de lítio, os pacientes diagnosticados com depressão e
transtorno de bipolaridade estão preocupando os especialistas da área de
Psiquiatria.
A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) enviou
uma nota à imprensa explicando que, com a falta dos medicamentos, o
cenário será de “possível agravamento dos quadros psiquiátricos e,
consequentemente, aumento do número de casos de suicídios no Brasil, da
procura por serviços de emergência, além da necessidade maior de
internações em um cenário de escassez de leitos”. De acordo com o
presidente da associação, Valdir Campos, a falta foi percebida no final
de dezembro, mas veio à tona neste mês. O psiquiatra e professor
universitário Valber Dias explicou que a preocupação é principalmente
com a falta do carbolitium, que, comprovadamente, obtém maior eficácia
no tratamento de pacientes bipolares e não tem substituto. Além disso, o
carbolitium também é o único medicamento considerado “antissuicídio”,
apresentando resultados importantes para indivíduos com tendências
suicidas.
“A nossa preocupação é maior com o carbolitium dado este
fato. Sem ele, vamos ver um índice crescente das taxas de suicídio.
Quando utilizado em pacientes depressivos e bipolares, a medicação reduz
os quadros de suicídio em até quatro vezes. Porém, quando retirada
abruptamente, aumenta em até 10 vezes o risco de o paciente tirar a
própria vida”, alertou.
O outro lado
Reposição prevista
para este mês A Eurofarma, um dos quatro laboratórios particulares que
fabricam os medicamentos para bipolaridade e depressão, informou que o
motivo para a falta da medicação se deu por problemas no fornecimento de
matéria-prima para sua produção. No entanto, a situação já foi
normalizada e a produção será regularizada ainda neste mês.
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