
Muitas pessoas sentem sintomas mentais e
psicológicos alguns desconhecidos, já viu falar em Despersonalização e
Desrealização chamada
de DP e DR. Aí vem aquela pergunta: - Será que estou
enlouquecendo? mas ao pesquisar na internet e redes sociais você depara seus
sintomas com os de DP e DR.
Os sintomas são assustadores, só quem passa, ou
está passando que sabe o que estou dizendo... O objetivo da série abordando
Despersonalização e Desrealização é para esclarecer e relatar o que essas
pessoas sentem na pele... E o pior os remédios que tomamos de nada adianta
apenas ameniza o sofrimento. Então fica uma pergunta – Porque a Medicina não
dar uma resposta, porque a imprensa não interessa pelo o assunto? Porque os
programas de Tvs que abordam saúde não coloca este tema em pauta?
Quando comecei pesquisar sobre o assunto algo
me assustou! Ou talvez me acalmasse, sabendo que não é algo tão grave, mas que
sintomas são esses! Será que estou enlouquecendo? Essa é uma pergunta que
deparamos nos grupos na internet em redes sociais, como facebook, Whatsapp. É o
caso da Fernanda Cristina ela inicia seu post em seu blog da seguinte
forma: Hoje vou falar sobre esse maldito problema que quase acabou com a
minha vida... é uma merda mas tem cura. Com remédios, psicólogo, e com
muita fé em Deus. Tô quase boa..
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Foto: Ilustrativa |
A Despersonalização está definida no
DSM-IV : sensação de distanciamento, alteração na percepção onde o sujeito se
sente separado de si próprio como se fosse um observador externo dos seus
próprios processos mentais ou corporais.
Desrealização, noção de estranheza,
irrealidade ou separação de si próprio e ambiente (pessoas e objetos). Os
fatores precipitantes imediatos mais comuns são: o stress, fadiga, depressão, pânico, consumo de drogas, privação
sensorial, trauma na infância envolvendo separação ou perda, negligência
física, abuso emocional, abuso físico, testemunho de violência e abuso sexual.
Um dos sintomas da Desrealização é
sentir-se desconectado com o que acontece ao seu redor:
Nesse vídeo eu falo um pouquinho a respeito da minha Depressão e do meu
Transtorno de Despersonalização, dou dicas de como sair de crises e de
como ter uma vida movida a positividade! :)
Despersonalização: COMO LIDAR
Vamos ao exemplo?
Suponha que você entrou no corpo de
outra pessoa, de outra cidade, de outra idade e de outra cultura. Agora te
pergunto: você vai estranhar? Certamente você vai estranhar tudo. Você está
vendo tudo o que acontece, mas sem estar conectado com aquele mundo, aquela
situação. Você está como espectador, vendo tudo acontecer, mas sem fazer parte
daquele mundo!
Estranho? Mais estranho ainda é
sentir-se assim!
Você já se perguntou por que
desencadeou a Dp/Dr?
1)
Um evento estressante aconteceu em sua vida.
2) O evento estressante foi mais do que seu cérebro podia tolerar.
3) Seu cérebro se protegeu desse evento estressante através da DP/DR.
4) Depois que sua mente desenvolveu a DP/DR, você "a carrega" por onde anda.
5) A melhor solução é enfrentar essas situações que desencadeiam a DP/DR aos poucos e fazer seu cérebro entender que está tudo bem! Sim, nosso cérebro precisa entender que não há mais motivos para desencadear essas sensações!
2) O evento estressante foi mais do que seu cérebro podia tolerar.
3) Seu cérebro se protegeu desse evento estressante através da DP/DR.
4) Depois que sua mente desenvolveu a DP/DR, você "a carrega" por onde anda.
5) A melhor solução é enfrentar essas situações que desencadeiam a DP/DR aos poucos e fazer seu cérebro entender que está tudo bem! Sim, nosso cérebro precisa entender que não há mais motivos para desencadear essas sensações!
Despersonalização ou Desrealização
A desrealização é a alteração da sensação a
respeito de si próprio, enquanto a despersonalização é a alteração da sensação
de realidade do mundo exterior sendo preservada a sensação a respeito de si
mesmo. Contudo ambas podem acontecer simultaneamente. A classificação
norte-americana não distingue mais a desrealização da despersonalização,
encarando-as como o mesmo problema. Contrariamente ao que o nome pode
sugerir, a despersonalização não trata de um distúrbio de perda da
personalidade: este problema inclusive não tem nenhuma relação com qualquer
aspecto da personalidade normal ou patológica.
O aspecto central da despersonalização é a
sensação de estar desligado do mundo como se, na verdade, estivesse sonhando. O
indivíduo que experimenta a despersonalização tem a impressão de estar num
mundo fictício, irreal mas a convicção da realidade não se altera.
Porque
não é uma Psicose?
A desrealização
é uma sensação e não uma alteração do pensamento como acontece nas psicoses onde o indivíduo não
diferencia a realidade da "fantasia". Na despersonalização o
indivíduo tem preservado o senso de realidade apesar de ter uma sensação de que
o que está vendo não é real. É comum a sensação de ser o observador de si
próprio e até sentir o "movimento" de saída de dentro do próprio
corpo de onde se observa a si mesmo de um lugar de fora do próprio corpo. A
ocorrência eventual das sensações de despersonalização ou desrealização é
comum. Algumas estatísticas falam que aproximadamente 70% da população em geral
já experimentou alguma vez esses sintomas, não podendo se constituir num
transtorno enquanto ocorrência esporádica. Porém se acontece continuamente ou
com freqüência proporcionando significativo sofrimento, passa a ser considerado
um transtorno. A severidade pode chegar a um nível de intensidade tal que o
paciente deseja morrer a continuar vivendo. O diagnóstico desse transtorno
dissociativo só pode ser feito se outros transtornos foram descartados como as
síndromes psicóticas, estados de depressão ou ansiedade, especialmente o
pânico. Nessas situações as despersonalizações e desrealizações são comuns
constituindo-se num sintoma e não num transtorno à parte. Não há
tratamento eficaz conhecido para esses sintomas isoladamente.
Principais
Sintomas
A sensação de
que o que você está vivendo não é real, uma sensação estranha, como se seus
olhos enxergassem um mundo sem verossimilhança. É sentir que você está vivendo
dentro de um sonho ou filme. Esse é o principal sintoma de desrealização ou despersonalização.
Uma doença que aflige inúmeras pessoas e elas nem sabem disso.
De acordo com o texto publicado pelo
psiquiatra Galeano Alvarenga, “o indivíduo tem uma sensação de ser um
observador externo dos próprios processos mentais e do próprio corpo. Há também
o sentimento de anestesia sensorial […] e alteração na percepção” (as pessoas
parecem “estranhas” ou “mecânicas”). O indivíduo se sente separado do próprio
corpo, em outras palavras.
O distúrbio de
despersonalização-desrealização ou “DP” é uma doença reconhecida pela
psiquiatria e psicologia. A pessoa pode adquiri-la através de outros problemas
como, depressão, transtorno bipolar e de personalidade, além de esquizofrenia.
Ou pode adquiri-la naturalmente, com situações de ansiedade ou através de traumas
vividos, tanto físicos quanto psicológicos.
Este
Transtorno pode permanecer em minha vida para sempre?
A mente pode simplesmente se dissociar
da realidade, como um mecanismo de defesa no caso de um conflito interno muito
intenso.
O desenvolvimento do DP é explicado em
um artigo científico de psiquiatria da universidade de Coimbra: “O início do
distúrbio pode ser súbito ou insidioso. Em certos casos, a despersonalização
pode começar episodicamente, por meses ou anos e posteriormente torna-se contínua”.
Sintoma principal
Quem é
despersonalizado costuma ter a impressão de que a realidade parece “errada”.
Essa sensação acontece frequentemente, além do estado ser duradouro. É normal
também apresentar sensibilidade à luz e ao som.
Em outras ocasiões o paciente sente
que o próprio corpo aumenta e/ou diminui de tamanho, isso é conhecido como
síndrome de Alice no País das Maravilhas (o nome é referente à história de
Alice, que muda de tamanho durante todo o conto. Às vezes ela cresce e fica
enorme, às vezes diminui a ponto de parecer uma miniatura, tudo depende do
cogumelo que ingere).
O estado de apatia do despersonalizado
é constante, ele tem um desligamento do mundo, fica introspectivo. Nesse caso,
ele pode permanecer distraído, aéreo por longos períodos e nem se dá conta do
tempo passar. Como se fosse um estado de limbo. Por exemplo, dirigir por um
longo período e não se recordar do caminho ou estar em um ambiente e não
lembrar-se de como foi parar lá. Além de tudo isso, objetos imóveis podem se
mexer.
Agravantes
O consumo de drogas ilícitas como
maconha e etasy e drogas lícitas como nicotina e cafeína aumentam os sintomas
da despersonalização. Apesar de ser difícil, a pessoa deve evitar o isolamento
constante e a introspecção. Situações de stress também agravam a agonia do
transtorno.
As multidões incomodam, pois as massas
são responsáveis por muitos estímulos visuais, auditivos, olfativos e táteis.
Situações fora
de rotina e fora da zona de conforto também incomodam o despersonalizado, pois
ele não sabe lidar em alguns momentos com pessoas ou situações sociais.
Despersonalização, Desrealização e Fuga do Ego
Atenuantes
É fortemente recomendada a prática de
exercícios físicos regulares e moderados. A atividade traz benefícios à saúde e
dá sensação de bem estar. Os esportes coletivos melhoram as relações sociais.
Caso o indivíduo estiver passando por
um momento de desrealização intenso ou incomodo, ele pode provocar dor em si
mesmo, como um beliscão, mas jamais a automutilação.
Outro atenuante é o sexo e as relações
de amor e carinho. A experiência com outra pessoa ajuda a sentir a realidade. A
sensação do toque, do sorriso é boa, além do estado de prazer que vem depois.
Álcool é um atenuante, porém o
alcoolismo é um problema. O consumo moderado e não regular de álcool inibe o
córtex pré-frontal e diminui os sintomas dissociativos. Beber uma cerveja com
os amigos pode ser um bom alívio quando feito de um modo que permita se
relacionar, se divertir e se sentir mais relaxado.
Dificuldade
de se relacionar
Desrealização é realmente muito sério,
os portadores do problema por mais que tentem não conseguem ter uma relação boa
com o mundo ao redor, seja com estranhos ou com os mais próximos.
O despersonalizado sente dificuldade
de mostrar carisma, sentimentos ou empatia com os outros, tornando as relações
pessoais mais complexas e assim agravando a situação. Ele busca manter-se
isolado, apresenta uma necessidade de refúgio e certo desespero com relações
sociais pouco desejadas, como festas e gente desconhecida.
Em alguns casos graves o
despersonalizado pode cometer suicídio de um jeito calmo e tranquilo por não
compreender a realidade ao seu redor.
Questionários e tabelas são utilizados
para diagnóstico
A
desrealização pode ser mascarada por outros problemas ou vir associado a eles,
tornando o diagnóstico mais complexo. Existem tabelas e questionários de
auto-avaliação utilizados por especialistas. O método mais utilizado é a Escala
de Despersonalização de Cambridge, que é um questionário que mede o nível dos
sintomas do paciente. Os valores são bem aceitos pela comunidade científica. A
escala possui 29 itens, cada um classificado de 0 a 10. Uma pontuação acima de
70 já sugere a presença de transtorno.
O tratamento não é específico. Em
alguns casos recorre-se a farmacoterapia (remédios específicos), mas também é
comum a psicoterapia, a terapia comportamental e a hipnose. A desrealização
pode ser aliviada e até mesmo anulada. Entretanto pode ocorrer novamente.
A psicoterapia, em alguns casos, visa
trazer o indivíduo a uma reflexão sobre seus objetivos de vida. O tratamento
tem como intenção motivá-lo a buscar e descobrir seus desejos, suas vontades, e
estimular essa busca para que a pessoa possa sair desse estado de
distanciamento.
Esclarecimentos sobre Despersonalização
O hipnoterapeuta Lenilson Resende
explica que o tratamento por hipnose é válido quando o paciente tem ligação do
DP com problemas de ansiedade, de estresse contínuo ou pós-traumático. Ele não
recomenda a hipnose com quem sofre de esquizofrenia ou abuso de drogas, pois o
indivíduo necessita de uma autonomia.
Lenilson explica: “Nas técnicas de
hipnose, o paciente é conduzido ao estado de transe. Este estado, por sua vez,
leva o paciente a ter contato mais profundo com suas questões internas”. Ele
frisa que o hipnólogo não é capaz de fazer o diagnóstico do distúrbio, pois
isso fica a cargo de psiquiatras e psicólogos, mas em alguns casos o psicólogo
encaminha o paciente para fazer a terapia por hipnotização. Ressaltando que
esta técnica também é utilizada por médicos.
Essa síndrome é pouco conhecida, e esse é o momento para as pessoas
entenderem um pouco como é a sensação de sentir-se irreal, fora do seu
corpo, vivendo num sonho por alguns segundos
Separado do próprio corpo
A
doença cria inúmeras sensações, como estado de apatia, desligamento do mundo e
consciência de uma realidade errada
Principais
sintomas:
- Ter consciência de que a realidade parece “errada”
- Sensibilidade a luz e som
- Sentir que o próprio corpo aumenta e diminui em certos momentos (síndrome de Alice no País das Maravilhas)
- Estado de apatia constante, desligamento do mundo, introspecção (a pessoa fica distraída por muito tempo e nem se dá conta do tempo passar. como se fosse um estado de limbo)
- Acreditar que objetos imóveis podem se mexer
Agravantes
do DP:
- Drogas ilícitas como maconha, estasy
- Drogas lícitas como nicotina e cafeína
- Isolamento, introspecção
- Estresse
- Multidões (a pessoa sofre muitos estímulos visuais, auditivos, olfativos, táteis)
- Situações fora de rotina e fora da zona de conforto (a pessoa não sabe lidar em alguns momentos com pessoas ou situações sociais)
Atenuantes
do DP:
- Exercícios físicos regulares e moderados
- Provocar dor em si mesmo, como beliscões (nunca automutilação)
- Sexo (a experiência com outra pessoa ajuda a sentir a realidade, além do estado de prazer que vem depois)
- Olhar no espelho
- Álcool (o alcoolismo é um problema, mas o consumo moderado e não regular de álcool inibe o córtex pré-frontal e diminui os sintomas dissociativos)
- Relações sociais
Um
relato, DIÁRIO DE UMA DESPERSONALIZADA..
“Recentemente
descobri que sofro de desrealização/despersonalização. Só o termo, pois sou
assim desde criança, quando costumava achar que eu tinha inventado a tudo e a
todos, e que tudo no mundo acontecia só na minha cabeça. Às vezes não tenho
certeza se eu tava certa ou não. Sinto dor, sinto medo, só não sinto que estou
viva. Vivo vendo minha vida como se fosse uma novela. As coisas são
absurdamente surreais. Espero ter uma cura, espero não estar morta, ou em
coma”. No dia seguinte mais uma postagem em seu blog pessoal que dizem:
“Hoje
tive um dia estranho”... e os dias têm sido estranhos desde que troquei o
citalopram pelo zoloft. Eu me sinto mal humorada, estranha, com uma dor no
peito e parece que aquela meu estado de "I dont care" que o
citalopram me dava não existe mais. Eu ando com muita falta de paciência ou são
as pessoas que estão testando demais minha capacidade de aguentar sapos?
Vontade de me matar a cada minuto, sentimento de desistência, de indignação com
a minha vida. De arrependimento. Desde que esse tratamento começou a minha
coragem foi embora, não consegui mais olhar na cara de ninguém porque o pânico
voltou, o medo de transito voltou. E a despersonalização? Está pior do que
nunca. Às vezes vem um zumbido no ouvido que dói, e eu não sei, mas acho que
não estou mais vendo direito, tem muita névoa e eu troco as palavras. Meus
últimos dias tem sido de completa desistência. Se eu tivesse uma arma fácil, me
mataria agora, mas não tenho. Eu não tenho vontade de ouvir nenhuma música, de
fazer nenhum desenho, nem mesmo de chorar. Aquela bola preta no meu peito tá
aqui de novo, dentro de mim, e eu só penso que pra que tudo isso acabe, eu
tenho que acabar comigo. Eu sei isso é uma merda. Mas não sei por quanto tempo
eu vou suportar. Já não tenho mais a minha mãe, não tenho mais meus amigos, não
tenho mais meu amor, e ha muito tempo, não tenho mais a mim mesma, e talvez
seja esta a causa de tudo. Eu queria poder me dissolver com a força do meu
pensamento. E espero que todas as pessoas que eu perdi, do fundo do meu
coração, sejam muito felizes, porque elas não merecem ter tropeçado por mim em
suas vidas. Eu fui um buraco pra todas elas, e espero que elas sejam o que eu
nunca consegui ser. Reais.
Blog - diário de
despersonalização: http://mundodaosga.blogspot.com.br/2013/01/mais-um-relato.html
Vida Louca Vida
Como eu já disse
antes e já reclamei muito por muitas coisas: eu estava grávida.
Agora, como toda grávida que segue seu caminho, eu tive um filho.
Uma coisa eu posso dizer com toda certeza agora: o medo não cura a despersonalização.
Eu tive uma série de problemas antes de ter meu filho, a maioria deles se resumia em estar contando com o sus. Não sei se você sabe, mas uma gravidez tem 40 semanas, normalmente a criança nasce antes disso. Muito raramente (e com muitos riscos) nasce depois disso. Eu não entrei em trabalho de parto, meu filho passou 5 dias destas 40 semanas. O último ultrassom que fiz, no dia do parto acusou que o cordão umbilical já não estava passando oxigênio e nutrientes para o feto.
Agora, como toda grávida que segue seu caminho, eu tive um filho.
Uma coisa eu posso dizer com toda certeza agora: o medo não cura a despersonalização.
Eu tive uma série de problemas antes de ter meu filho, a maioria deles se resumia em estar contando com o sus. Não sei se você sabe, mas uma gravidez tem 40 semanas, normalmente a criança nasce antes disso. Muito raramente (e com muitos riscos) nasce depois disso. Eu não entrei em trabalho de parto, meu filho passou 5 dias destas 40 semanas. O último ultrassom que fiz, no dia do parto acusou que o cordão umbilical já não estava passando oxigênio e nutrientes para o feto.
Colocaram-me numa maca e me encaminharam
para uma sala de cirurgia. Minha pressão subiu, tive medo a cada passo:
anestesia na coluna, minha pressão subiu mais um pouco, limpeza no corpo, subiu
mais, o corte na barriga, e a hora que meu filho chorou pela primeira vez, bem
achei que ia morrer do coração naquela horinha ali. Mesmo assim tudo continuou embasado
como se eu não estivesse ali. Totalmente despersonalizada e completamente
atemorizada. Eu sentia as veias e artérias pulsando como se fossem explodir.
Foi pré-eclampsia. Sorte que não evoluí para eclampsia. Talvez a
despersonalização tenha favorecido isso.
Apaixonei-me pelo meu filho assim
conheci. Nesse momento todos os meus lamentos foram por terra, falta de
dinheiro, minha mãe, etc., etc. Ele virou minha única preocupação.
Dois dias depois de nascer, foi
diagnosticado com icterícia. Minha pressão ainda estava alta, e eu tive umas
crises de culpa e medo de perder o meu filho. Meu sangue e o dele. Isso pode
gerar graves consequências começando pela icterícia.
Minha mãe que voltou a falar comigo só
depois que voltei pro Brasil, não me reconhece mais porque depois de ter meu
filho, eu passei a me preocupar c ele e não com ela. E ela sentiu. Porque minha
vida toda foi tentar agradar minha mãe, passar por cima da minha vontade pra
fazer a dela. Agora não me importa mais, eu quero fazer tudo pro meu filho
ficar bem. Ela nunca me aceitou como eu sou, e eu nunca fui eu mesma pra poder
ter um pouco do amor da minha mãe.
Mas eu sou assim. Cheia de problemas e
coisas. Não suporto receber ordens e instruções, não gosto que toquem na minha
pele, não gosto que falem coisas íntimas a meu respeito pra desconhecidos,
aliás, não gosto de desconhecidos. Não gosto de chamar atenção, Não gosto que
me digam o que fazer não gosto que façam as coisas por mim, nem que tentem me
paparicar ou me agradar mesmo estando com um talho na barriga, gosto de dormir,
gosto de sossego, gosto de calma.
Eu sempre fui assim. Ela que nunca
soube. Mas a recíproca é verdadeira, eu também não tenho como aceitar como ela
é: um drama em pessoa quer sempre discutir a relação, fala em círculos sem
objetivo, só sabe brincar se a bola for dela, acha que é o centro do universo,
melhor mãe do mundo, melhor chefe, e que os acertos dela anulam os erros. Ex,
se agora resolveu incluir meu filho no plano de saúde dela, anula o fato de ela
ter me acusado de ladra e assassina quando fui buscar os móveis do meu quarto
pra me mudar da casa dela. Eu nunca vou esquecer isso, jamais, não importa a
quantidade de bem que ela me faça. Vou ser grata pelo bem, e magoada pelo mal.
Eu nunca esqueço nada. Ela esquece tudo. Somos diferentes e agora temos um
longo caminho de aceitação uma da outra.
Agora estamos em casa, eu preciso
acreditar que meu filho está bem e que vai estar curado. Isso é suficiente pra
mim. O que eu vou fazer pra viver, onde eu vou trabalhar etc., não importa. Eu
tenho um novo amor, que a única certeza que eu tenho é que amor não vai faltar
pro meu filho. Só isso que precisa. Mais nada.
Matéria 02 de 10
- Série Dp e Dr
Na
terceira matéria vou falar sobre: Síndrome
de Despersonalização e Desrealização – DP e DR: Quais as sensações, causas
e tratamento.
Leia também:
6. Quem fala que curou da Despersonalização e Desrealização? Será que elas tinham a síndrome DP e DR?
7. Um grito de socorro! DP e DR: o escritor britânico que sofreu da mesma síndrome
8. Por que os Psiquiatras não interessam pela Despersonalização e Desrealização?
Colaboração:
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