Bolsonaro reclama de soluços que persistem há dias; entenda possíveis causas

 

Presidente diz que realizou cirurgia para implante dentário e associa os soluços a remédios. Médicos ouvidos pelo G1 dizem que condição é rara e pode ter origem em medicamento.

Bolsonaro reclama de soluços que persistem há dias; entenda possíveis causas.

Presidente diz que realizou cirurgia para implante dentário e associa os soluços a remédios. Médicos ouvidos pelo G1 dizem que condição é rara e pode ter origem em medicamento.

O presidente Jair Bolsonaro tem reclamado há mais de uma semana de soluços persistentes. De acordo com o próprio Bolsonaro, o problema pode ter relação com medicamentos que precisou tomar por causa de uma cirurgia para implante dentário.

Na quinta-feira (8), o presidente afirmou: "Estou há uma semana com soluço, talvez não consiga me expressar bem nessa live". Ainda nesta segunda-feira (12), quando teve entre os compromissos um encontro com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, o presidente sofria com soluços.

Especialistas ouvidos pelo G1 dizem que condição é rara, pode ter origem em algum remédio e ser intensificada pelas características pessoais de cada paciente.

O médico Flavio Quilici, professor de gastrenterologia da PUC Campinas, explica que, além de rara, a situação é muito incômoda e tem relação com o diafragma, um dos músculos principais na respiração.

“Você lembra do músculo que tem entre o tórax e o abdômen, que é o diafragma. Quando esse diafragma descontrai, isso faz com que você jogue o ar para cima e a glote, que é a passagem que abre para o estômago ou para o pulmão, ela fecha, e faz aquele barulho bem característico”, explica Quilici.

Quilici diz que o soluço é comum, sempre por uma irritação da enervação que passa pelo diafragma. No entanto, a permanência do incômodo por vários dias é bem rara.

“E raríssimas vezes isso persiste por mais de 48 horas, que se caracteriza como uma síndrome do soluço persistente, podemos dizer assim. Dez dias é bastante”, segundo o médico, é possível que a cirurgia de Bolsonaro pode sim estar relacionada com os soluços.

“Para ele ficar tanto tempo, pode ser uma complicação esofágica, que é a doença do refluxo. E ele teve um fato também que é a cirurgia abdominal e, às vezes, as bucais, podem levar a esse estímulo”, analisa Flavio Quilici.

Nervo vago

Segundo Maíra Marzinotto, gastroenterologista do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, qualquer irritação próxima ao diafragma pode causar soluço.

No caso do presidente Jair Bolsonaro, a cirurgia para implante dentário pode estar relacionado com os soluços, uma vez que o nervo vago possui ramificações que vão do canal auditivo até o diafragma.

“Não é todo mundo que tem problema no nervo vago que vai desenvolver uma crise de soluço, mas pode acontecer”, afirma Marzinotto.

Alguns medicamentos, segundo ela, também podem ocasionar uma crise de soluços. “Existem alguns medicamentos que podem causar soluços, principalmente alguns anestésicos. Contudo, são anestésicos mais fortes, utilizados em cirurgia geral, e não em cirurgia local, com os procedimentos dentários”, explica a especialista.

Opções de tratamento

Maíra lembra que para tratar o problema existem alguns medicamentos de uso controlado e vendidos sob prescrição médica que podem ser utilizados. Maíra, contudo, defende que a melhor forma de se tratar o soluço é tratando sua origem.

“O ideal é sempre procurar a causa do soluço porque utilizar uma medicação para controlar o soluço é medicar uma consequência, assim o problema vai persistir”.

Apesar disso, ela acredita que a persistência do sintoma no caso do presidente justifica o uso de medicação. “O procedimento dentário pode justificar, mas eu acredito que já está perdurando um pouco além do que é esperado. Talvez fosse hora de entrar com alguma medicação para tentar controlar os soluços”, sugere Maíra.

A especialista afirma que existe um procedimento que é a instalação de um marca-passo que ajuda a corrigir o ritmo do diafragma para controlar os soluços. São utilizados em casos extremos em que o sintoma persiste há meses.

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 Fonte: G1



    
 

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