Depressão e solidão entre gays idosos

 

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Depressão e solidão entre gays idosos

Por Regis

Caro leitor, o tema é recorrente e atual. Eu já escrevi alguns artigos sobre este assunto, mas desta vez o texto traz uma narrativa simples através de uma pesquisa recente da UNICAMP, Universidade de Campinas/SP.

A depressão e a solidão afetam todos os idosos acima dos sessenta anos de idade. A pesquisa indicou que mais de um terço dos adultos (34%) mais velhos e idosos brasileiros apresentam sintomas depressivos, e 16% afirmam sentir solidão. Além disso, a presença desses sentimentos é quatro vezes mais comum entre os idosos que relatam sempre se sentirem solitários, e o risco de desenvolver depressão dobra pelo simples fato de a pessoa morar sozinha.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, entre 2013 e 2019, houve no Brasil um aumento de 34% do número de indivíduos que receberam diagnóstico de depressão. Em 2019, os idosos entre 60 e 64 anos representavam a faixa etária proporcionalmente mais afetada: 13,2% tinham sido diagnosticados com depressão.

Morar sozinho é um dos indicadores do isolamento social, mas o fato de morar sozinho, não quer dizer que o idoso terá o sentimento ou a percepção negativa e dolorosa de que as relações sociais não o satisfazem. Mas, especificamente na população brasileira, morar sozinho acaba sendo um fator de risco para sentir solidão.

Não adianta o gay idoso ter estabilidade financeira porque a solidão não tem relação com bens materiais. A maioria dos idosos busca um companheiro para preencher as relações sociais, mas isso não impede sentir solidão.

É muito difícil que um gay idoso no Brasil vá morar sozinho porque quer, porque tem condição financeira de se manter, porque tem saúde ou porque se sente confortável. Na maioria das vezes, eles moram sozinhos por falta de opção ou porque a família discriminou a opção sexual e isso acaba refletindo em outras coisas.

E, quanto mais idoso, maior a chance de a saúde deteriorar, de ter limitações, aumento de dependência. E sem ter relações de suporte, esse idoso acaba se sentindo mais solitário.

A solução não é simples, mas ter uma agenda ativa ajuda a preencher a mente e ocupar o tempo com coisas prazerosas, não necessariamente, sexo.

Um gay com depressão e solidão tem menos motivação para seguir os passos para um envelhecimento saudável e para manter comportamentos promotores de saúde – como praticar atividades físicas, manter atividades sociais e de lazer, ter uma alimentação saudável, não fumar e não beber.

Hoje aos 64 anos eu busco situações positivas no dia-a-dia. Parei de beber em 2008, bebia muito mesmo! Parei de fumar em 2021, depois do tumor na bexiga. Eu busco boa alimentação, sem excessos, algumas atividades externas e fazer o que me faz feliz.

Também, eu olho no espelho e observo a progressão do envelhecimento físico. O corpo sofre alterações drásticas, principalmente internamente. As dores aparecem do nada, alguns desconfortos viram rotina. Esses sintomas fazem o idoso ter medo e receio do envelhecimento e a solidão assombra a maioria.

Assim como a maioria dos gays idosos, eu moro sozinho e todo cuidado é pouco porque a solidão e a depressão estão sempre à espreita, portanto é necessário muito cuidado para não ser mais um número nas estatísticas.

Caro leitor, cuide-se bem!


Autor do artigo:  Regis

Disponível em:  https://grisalhos.wordpress.com/2023/08/27/depressao-e-solidao-entre-gays-idosos/

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Fonte: Blog Grilsalhos   



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