Veja a importância das cartas enviadas pelos ouvintes na programação da Rádio Nacional da Amazônia

 

Veja a importância das cartas enviadas pelos ouvintes na programação da Rádio Nacional da Amazônia.  Um destaque foi o concurso Cidade contra Cidade, em que a cidade que mais enviava carta recebia a equipe da Rádio para realizar um show.
José Nery e Paulo Torres nos estúdios da Rádio Nacional da Amazônia com as paredes forradas pelas cartas dos ouvintes, década de 1990. Foto: Acervo Pessoal/Artemisa Azevedo.

Veja a importância das cartas enviadas pelos ouvintes na programação da Rádio Nacional da Amazônia. 

Um destaque foi o concurso Cidade contra Cidade, em que a cidade que mais enviava carta recebia a equipe da Rádio para realizar um show.

 Cartas ajudaram a moldar a programação da Rádio Nacional da Amazônia

O quarto capitulo do radiodocumentário "Memória Nacional" destaca a importância das cartas enviadas pelos ouvintes na consolidação da programação da emissora. Também destaca o papel social da Rádio como instrumento de sensibilização e meio de comunicação para Amazônia Legal. Outro destaque é o concurso Cidade contra Cidade, em que a cidade que mais enviava carta recebia a equipe da Rádio para realizar um show. Para contar essa história vamos ouvir os radialistas Mara Régia di Perna, Maurício Rabelo e Edson Nery. 

“AS CARTAS E O PAPEL SOCIAL DA RÁDIO”  
 
  
 Áudio produção e apresentação Cláudio Paixão. 

Radiodoc Memória Nacional - As Cartas e o papel social da Rádio (2021)

As cartas, ao longo dos anos foram o grande termômetro da programação da Rádio Nacional da Amazônia. Apenas 17 dias após o inicio das transmissões para Amazônia Legal chegou à primeira delas. Um dos primeiros ouvintes a escrever foi Januário Barbosa dos Santos, de Carolina, Maranhão.  “O som da Nacional aqui no meu motorrádio está fazendo os peixes colocarem a cabeça fora d´água para ouvir”. 


De acordo com a apresentadora, Mara Régia, as cartas foram as principais aliadas dos locutores e produtores na construção da programação da Rádio Nacional da Amazônia. “As cartas são, não só uma fonte enorme de pautas, demandas, como também de histórias sobre a Amazônia. Tanto assim, que nos estúdios da antiga Radiobrás nós tínhamos países, fotos e cartas ‘de cabo a rabo nos estúdios’, por sempre foram o nosso grande tesouro”, contou.  
Mara Régia, produtora e apresentadora dos programa Natureza Viva e Viva Maria, nos novos estúdios da Rádio Nacional da Amazônia, 2013. Foto: Site EBC.

No inicio das transmissões, o número de cartas não ultrapassavam 90 em cada mês. Após um ano, esse número subiu para 2000. As cartas demonstravam a satisfação dos ouvintes de serem atendidos pela rádio e fazia com que notícias e recados fossem mandados para parentes e amigos. A Nacional se torna um ponto de encontro, unindo pessoas que não se veem há muitos anos. 

“Capricha aí gente que a Nacional em Tangará da Serra é doença incurável. Todos nossos tangaraenses sofremos dessa doença”, trecho da carta da ouvinte Maria Aparecida de Tangará da Serra, Mato Grosso (MT).   

As cartas continuavam chegando aos milhares. Somente em 1980 foram 50 mil. Em 1982, José Gutenberg assume a superintendência da Rádio Nacional da Amazônia, e a emissora foi surpreendida com um número de cartas sem igual: a emissora recebe dois milhões, 843 mil e 48 cartas. Um milhão e oitenta mil, só do estado do Amazonas.
 
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Além das cartas, ainda nos primeiros anos os ouvintes começaram a participar da programação por telefone. O apresentador Mauricio Rabelo conta que o primeiro programa a colocar o ouvinte no ar, ao vivo, foi o Sertão Brasil, transmitido aos sábados pela manhã, no na primeira metade da década de 1980. “Eu acho que eu fui a primeira pessoa a interagir com as pessoas no ar”, lembrou Mauricio Rabelo.
 
Show da equipe da Rádio Nacional da Amazônia em Dueré (To), cidade vencedora do concurso Cidade contra Cidade, 1988. Foto: Arquivo/Artemisa Azevedo.
Em 1988, a Rádio Nacional da Amazônia lançou o concurso Cidade contra Cidade. Dueré (TO), com quase 70 mil cartas, de um total de 200 mil, é a grande vencedora. Uma equipe de 42 pessoas, formada por locutores, produtores musicais, chefes e outros saem em caravana fazendo shows na cidade melhores classificadas para o concurso. Edson Nery, o popular Burrinho, locutor, apresentador e chefe de operação de áudio, lembra desse momento histórico. “O caminhão chegou para descarregar as cartas e nós fomos lá para fazer o show, porque o pessoal queria ver a turma todinha indo para lá”, contou. 
 
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Em 1989, a Rádio Nacional da Amazônia repete o concurso Cidade contra Cidade e vive a emoção de mais um grande sucesso. Desta vez vence a cidade de Cristalândia (To). 

A comunicação avança, a participação dos ouvintes na programação da Rádio Nacional da Amazônia se torna cada vez mais plural. Os recados chegam, por cartas, telefone e por meio das redes sociais. Ao longo dos seus mais de 40 anos a emissora já possibilitou milhares de encontros, romances e até casamentos. 
   
 
 
    
 

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Assuntos sobre: Educação, Comportamento, entre outros. 

                                     

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