Por:
Pascoal Zani, CRP 08/04471, Psicólogo
Profissionais
de todas as áreas estão sempre à procura de boas colocações e negócios. Nabagagem
trazem seus talentos, formação acadêmica, experiência, vontade de aprender e planejamento
para se manteratualizado, visando aproveitar oportunidades.
Quinze
competências do Profissional do Futuro
Conhecer
a regra do jogo é o primeiro passo para vencê-lo. Embora não existam normas
oficiais, o Fórum Econômico Mundial (FEM) pesquisa e divulgao conjunto de
conhecimentos e habilidades que as empresas consideram como as mais úteis para
a alta performance profissional. O relatório “The Future ofjobsReport” de 2020
apresenta para 2020 a 2025 as seguintes competências:
1.
Pensamento analítico e inovação
2.
Aprendizagem ativa e estratégias de aprendizado
3.
Resolução de problemas
4.
Pensamento crítico
5.
Criatividade
6.
Liderança
7. Uso, monitoramento e controle de
tecnologias
8. Programação
9. Resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade
10. Raciocínio lógico
11. Inteligência emocional
12. Experiência do usuário
13. Orientação ao serviço
14. Análise e avaliação de sistemas
15. Persuasão e negociação
Dez competências do
Profissional do Futuro no Brasil
Quanto ao Brasil o documento apresenta o “Top
TenSkills”, abrindo o que está no foco dos programas de qualificação das
empresas. A maior parte delas se refere à potencialização de competências
comportamentais, e, por isso, são chamadas de “HumanSkills”. É o modo como o
profissional lida com seus pensamentos e emoções e também como se relaciona com
as pessoas que compõe a cadeia produtiva: pares, liderados, chefias, clientes,
fornecedores, etc. Trata-se de conteúdos pessoais, geralmente analisadas em
psicoterapia, como as crenças pessoais, que geram padrões de comportamento a
serem repetidos vida afora.
A lista compreende também competências
técnicas, que exigem domínio de uso de tecnologia, por exemplo, não
caraterizadas como “HumanSkills”. E mesmo nelas a atitude é determinante, por
isso a importância de reflexão a respeito.
De qualquer forma, no Mundo BANI, cada vez mais frágil, ansioso, não linear
e imprevisível, a qualidade das habilidades humanas se torna um diferencial
competitivo na aquisição e na manutenção das oportunidades profissionais.
Por mais que o mercado mude as exigências, e
mudará mesmo, o profissional pode encontrar seu porto seguro ao cuidar melhor
de si, conhecer e desenvolver suas características pessoais, melhorando suas
habilidades.
A seguir, breves considerações acerca delas e
do uso da ciência do comportamento como fator de sucesso em cada uma.
1. Liderança e influência
social
Todos os perfis de líder pressupõem aquisição
de comportamentos pessoais. O “Líder Inspirador”, há tempos desejado pelo
mercado, é fruto do aprimoramento de competências como autoconhecimento,
inteligência emocional, persistência, resistência à frustração, comunicação
assertiva empatia,
paixão e outros valores que extrapolam aspectos técnicos.
O líder tem a missão de diagnosticar e ajudar
a desenvolver os pontos fracos e fortes dos colaboradores, bem como influenciar
na aquisição de habilidades comportamentais específicas para os cargos dos
liderados. É uma responsabilidade que requer muito aprimoramento de si mesmo e
é também uma gratificante oportunidade de fazer desabrochar muitas
carreiras.
Pode se encontrar chefias hierárquicas, mas
nunca líderes sem inteligência emocional.
Daniel Goleman indica quatro domínios e doze competências a serem melhoradas
por quem deseja melhorar seu índice de IE:
· Autoconhecimento: autoconhecimento emocional;
· Autogestão: controle emocional, orientação de
conquista, anorama positivo;
· Consciência social: empatia, consciência
emocional;
· Gestão de relacionamento: influência,
coaching e mentoria, administração de conflitos, trabalho em equipe, liderança
inspiradora;
Outra “HumanSkill” determinante para o
exercício liderança (para qualquer cargo e situação pessoal, na verdade) é a
capacidade de julgamento e tomada de decisão. Significa julgar lucros e
prejuízos de cada ponto em análise, com pesos, chegar a uma decisão consciente
dentro do tempo necessário, sabendo renunciar rapidamente ao caminho preterido
e passando a agir de imediato pelo novo norte da decisão tomada, aumentando as
chances de obter o resultado esperado.
A capacidade de negociação, fundamental em
todos os profissionais e especialmente no líder, pode ser aprimorada também com
o desenvolvimento de habilidades pessoais. Envolve gerenciamento de conflitos,
treinamento para apresentar posicionamentos claros e articular a busca das
melhores soluções para as partes envolvidas
A novidade do relatório do FEM é a
constatação de que muitas empresas tem optado por líderes com maior influência
social. Para além do atingimento de objetivos e da inspiração das pessoas, é
desejável contar com líderes que ajam e influenciem na busca bem comum. Como a
pandemia ensinou, de forma amarga, para o bem ou para o mal: “estamos juntos!”Ou,
como diz John Donne: “cada homem é uma
partícula do continente, uma parte da terra”.
2. Pensamento analítico e
inovação
A capacidade de entrar no processo, detalhar
cada situação e, após boa fundamentação, propor soluções novas e eficazes, é
das características mais necessárias para apresentar diferencial competitivo.
Exige tanto a profundidade da análise quanto estar com o pensamento sempre
voltado a vislumbrar oportunidades e alternativas.
Ou seja, é conveniente melhorar a habilidade
de pensar sobre cenários, calcular riscos e também vencer seus medos (crenças
limitantes), “alçar outros voos”.
A inovação tão pretendida pelas empresas e
apreciada nos profissionais só é possível com esses cuidados quanto aos
aspectos cognitivos, comportamentais e emocionais, no âmbito pessoal.
3. Aprendizagem ativa e
estratégias de aprendizagem
“Tudo
o que sei é que nada sei”:Sócrates, cada vez mais atual, ao ritmo
das mudanças constantes e rápidas do Mundo BANI (https://cms.clubegazetadopovo.com.br/noticias/outros/comportamento-confuso-inseguro-e-fragil-bem-vindo-ao-mundo-bani/),
relembra que é necessário tornar frequente o movimento de desaprender, reaprender
e aprender, sobre si mesmo e também em aspectos de conhecimento técnico.
Se tudo muda a todo momento, a obsolescência
profissional se dá de forma avassaladora à mínima estagnação, exigindo, para
combatê-la, dinamismo e ação na mesma intensidade.
4. Pensamento crítico e
análise
O mundo precisa de ideias disruptivas e o
mercado valoriza quem se habitua a apresentá-las. Porém, o cenário da educação
tem sido mais calcado em reforçar valores prontos que devem ser seguidos,
prejudicando pensar de modo autônomo, livre. Então, ainda que a necessidade de
aderência às normas essenciais não impeça o questionamento e a contraposição de
opiniões, as próprias crenças pessoais (modos de acreditar, norteando
pensamentos) muitas vezes o fazem.
Ao analítico se pode agregar o
pensamento crítico. Ele implica no questionamento, na leitura de cenários sob
diferentes aspectos, o que faz juntar mais dados para analisar, com pesos mais
alinhados à realidade.
Um dos princípios da Terapia
Cognitivo-comportamental (TCC), fundada pelo psiquiatra Aaron Beck, éensinar,
com uso do questionamento socrático e de outras estratégias, a identificar,
avaliar eresponder aos pensamentos e crenças disfuncionais. A psicoterapia,
assim, de cunho pessoal, auxilia na aquisição de repertório que naturalmente
será aplicado pelo profissional no exercício de suas funções.
5. Design de Tecnologia e
Programação
Embora vários conhecimentos ligados à
Informática sejam mais pertinentes a profissionais da área, cabe o alerta
quanto ao seu uso, por todos, na linha do que as empresas esperam de quem se
candidata ou já presta serviços a elas.
Hoje em dia são muito apreciadas as
produções de quem realiza múltiplas tarefas simultaneamente. É o conceito de
Multitasking. No intuito de corresponder ao esperado e cuidando sempre de
gerenciar o estresse e ansiedade, há ainda a necessidade de vencer resistências
comportamentais quanto a utilizar novos aplicativos, sistemas e recursos
tecnológicos, afim de ampliar o domínio da informação e responder com
velocidade e qualidade às demandas de clientes e gestores.
6. Orientação ao serviço
Jan GöstaCarlzon, que foi CEO do SAS Group,
define “A Hora da Verdade” como sendo todo momento em que o cliente entra em
contato com a empresa, formando imagem e tendo uma experiência que o fará
voltar ou não a procurar por seus serviços: "Temos
50.000 momentos da verdade todos os dias."
Neste contexto é imprescindível que o
profissional desenvolva habilidades que auxiliem no atendimento e fidelização
do cliente. Ouvir, tratar com cordialidade e ser efetivo nas respostas sãocompetências
necessárias para aproveitar as chances de negócios, minuto a minuto.
Mais que isso, identificar as reais
necessidades do cliente abre também espaço para oferta de novos produtos, ou
seja, redunda em novas negociações.
7. Raciocínio, resolução de
problemas e ideação
Problemas sempre existirão, são da Vida!
Raciocinar, refletir sobre eles, indignar-se com a falta de respostas até
consegui-las; habilitar-se para resolvê-los; gerar constantemente novas ideias
para fazer frentes a eles: eis o desafio. Esse é o conjunto de competências
desejado, tão difícil quanto apaixonante. A boa notícia é que é possível e
gratificante, a exemplo da vacina contra COVID-19, construída em tempo recorde
em 2020.
O Fórum Econômico Mundial privilegia também a
“solução de problemas complexos”. A vida e o mercado apresentam situações
novas, sem respostas prontas, assim como entregam problemas e desafios de
grandes proporções. A atitude do profissional ao enfrentá-los e a sua
capacidade de articulação para resolvê-los pode significar sua sobrevivência no
mundo corporativo.
A psicoterapia, além de proporcionar
autoconhecimento e aumento de bem-estar, propicia a vivência de resolução de
problemas simples e complexos, facilitando o exercício de raciocinar e conceber
novas ideias.
8. Gestão de pessoal
Recentemente um depoimento trouxe a situação
de duas empresas do mesmo grupo, na mesma área de atuação, com níveis de
satisfação de empregados e resultados financeiros totalmente diferentes. A
análise mais apurada evidenciou que a forma de gestão que mais se aproximou das
pessoas favoreceu a produtividade e saúde mental, em igual medida.
Neste sentido, o melhor líder busca adquirir
inteligência emocional, conjunto de competências que envolve autoconhecimento,
automotivação, regulação emocional, empatia e relacionamento interpessoal. E
procura ainda valorizar talentos e desenvolver habilidades em seus liderados. Ao
tempo em que cobra resultados e apoia as ações, se prepara para acolher, perguntar,
ouvir as respostas e atuar no que é possível.
9. Criatividade,
originalidade e iniciativa
Criar é uma das formas de expressar emoções,
pensamentos e necessidades. As ideias originais geralmente nascem da atitude,
da postura proativa, da iniciativa, do “é comigo” e do exercício mental de se
perguntar: “se todos estão pensando de forma ‘x’, como posso exercer neste caso
o meu diferencial competitivo, apresentar algo diferente do trivial?” Ou: “como
transformar esse problema, crise ou ameaça em oportunidade, em solução viável?”
A expressão emocional na criação e a
originalidade demandam algo que muitos profissionais bem conceituados, workaholics,
relegam a segundo plano: o equilíbrio das diversas áreas de vida, a oxigenação,
o entretenimento, as amizades de qualidade, a vida afetiva o lazer, e a expressão
emocional para atender à necessidade fundamental de descansar o corpo e a mente
e, assim, recuperar a energia produtiva e a qualidade de vida.
Ser original é ser o que se é, o que exige
autoconhecimento, transformação e libertação de várias crenças limitantes. O
processo criativo também decorre desse “permitir-se ser quem se é”. Por fim, só
toma iniciativas quem protagoniza sua vida, tem autonomia e está seguro da sua
identidade.
10. Resiliência, tolerância
ao estresse e flexibilidade
Manter
a alta performance significa produzir sob ação de agentes estressores, estando sujeito
a erros, frustração de expectativas, perdas e necessidades não atendidas.
O
sucesso se compõe de uma boa dose de fracassos e a forma de lidar com eles é o
que o determina. A vida trará desafios “estressantes”
todos dos dias, sendo fundamental que o profissional adquira e esteja muito
ciente do seu repertório de enfrentamento. Não se trata de torcer por mares
calmos, mas de juntar ferramentas, instrumentos e sabedoria para utilizá-los em
mares bravios.
É,
então, determinante que o profissional desenvolva habilidades para rapidamente
retomar a rota após desvio indesejado e imprevisto, não se deixar abater por
frustrações, regular os efeitos das emoções, manter o equilíbrio em situações adversas, colher
lições das experiências e usar das forças internas para sobreviver às situações
diversas.
A
rigidez cognitiva nasce de invalidações impostas por experiências passadas,
gerando padrões elevados demais, medos exagerados de errar, necessidade de se
achar perfeito (perfeccionismo), ser competitivo ao extremo e não colaborativo
(na necessidade de ser o primeiro, os pares podem ser vistos ameaças,
dificultando a partilha de informações e estratégias), dentre outros sintomas.
Flexibilizar
pensamentos é se desapegar deles, entender que são passageiros e muitas vezes
distorcidos quanto à realidade. Exige autoconhecimento e treino.A psicoterapia
na Terapia Cognitivo-comportamental atua flexibilizando crenças, para impedir a
incapacitação e o isolamento que se desenham ao futuro do profissional que
possui pouca flexibilidade.
O
treino de competências na Terapia Cognitivo-comportamental
Nunca
é demais lembrar que habilidades são treináveis, possíveis de serem aprendidas
e praticadas. Assim, não cabe se resignar a crenças limitantes. Os conceitos da
Psicologia e as práticas da Psicoterapia, atuando nos níveis cognitivo e comportamental,
podem ser grandes aliados no desenvolvimento pessoal e profissional, melhorando
os quesitos que ajudarão na empregabilidade, no avanço da carreira e no
empreendedorismo.
Ao planejar os
próximos passos, que tal incluir a aquisição de competências que o mercado tem
indicado como diferenciais para recrutamento e ascensão profissional?
Pascoal Zani – CRP-PR 08/04471
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Fonte: https://www.psicologopascoalzani.com.br
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